Ao pensarmos na palavra jovem, muitas são as características que nos vem à cabeça. Podemos falar em curiosidade, energia, humor inconstante, a certeza de um futuro longo pela frente, ou mesmo uma busca de independência e certa dose de onipotência. Na verdade é o sentir intensamente, mas principalmente o experienciar, o experimentar sensações, situações, relações, emoções. Porém não mais com aquela pureza e desprendimento da infância; agora com mais complicações, responsabilidades, deveres e até mesmo certa preocupação com o futuro – incerto.
É uma fase da vida em que é necessário apoio, pois esse ‘jovem’ muitas vezes está saindo da adolescência ou vivendo esse período, e num mundo tão repleto de informações e determinações comportamentais, que nem sempre são positivas, é preciso haver um ambiente adequado em que se possa estar e compartilhar.
O jovem hoje busca algo mais que o possa tornar um adulto saudável emocional, física e espiritualmente. Pensando nesse crescimento pessoal, é possível destacar alguns núcleos de aquisição de conhecimento e comportamento como a escola, o trabalho, a família, a igreja etc...
A igreja é sem dúvida um núcleo diferenciado, podendo ter sentidos variados para cada indivíduo. Pode ser vista como local de encontros, uma espécie de clube social, um lugar para ir e sentir-se melhor sem tantas culpas, ou ainda um local para exibir e usar habilidades por auto-satisfação.
Em meio a estas possibilidades e tantas outras há, porém um significado primordial e genuíno. É na igreja, a casa de Deus, que o jovem vai buscar forças para vencer o mundo, busca a Palavra Sagrada para se enriquecer da graça e paz do Senhor. Encontra ali amigos leais com os quais pode dividir seus momentos bons e ruins, assim como o conforto e o consolo que só Cristo dá.
Num mundo tão difícil de lidar, com tantas perdas, a igreja de fato vem ocupar um espaço importante no contexto social. É pena ver tantas igrejas transformadas em clubes e recantos de bate papo, necessários para o desenvolvimento de qualquer indivíduo, mas pouco suficientes no sentido de oferecer suporte a esses jovens, perdendo desta maneira sua real função.
A partir de todos estes aspectos, percebemos então que o jovem freqüentador de igreja pode ser uma rica fonte de transformações positivas neste mundo de caos.
Vivendo em comunidade, dividindo dificuldades, fazendo amizades sinceras e recebendo o mais essencial alimento, o espiritual, certamente é possível ver não apenas um jovem como também um adulto mais feliz. Pois quando o desenrolar da juventude acontece na igreja a conseqüência é um adulto mais seguro, maduro e pleno, capaz de adaptar-se melhor as dificuldades e perdas da vida. E isso no mundo em que vivemos conta muito.
Márcia Dittz Sousa Lima
Psicóloga
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